quinta-feira, 23 de setembro de 2010

tempos de crise

Houve dias em que eu não sabia o que era chorar. Ou se chorava, era por extrema frescura.
Houve dias em que eu simplesmente me acostumei com certo tipo de sentimento. Às vezes as coisas pioravam, mas nunca quis que ninguém presenciasse minhas lágrimas.
Houve dias em que chorar era uma honra concedida apenas ao meu travesseiro. Às vezes uma dor física era melhor do que a dor de chorar.
Houve dias em que chorar se tornou rotina.
Houve noites em que chorar era pré-requisito pro meu alívio, e madrugadas em que eram consequência de felicidade.
Houve dias em que eu simplesmente chorava sem saber o porquê. E chorava demais. E chorava na frente de alguém. E chorava a ponto de meus olhos ficarem inxados no dia seguinte. E chorava por qualquer, mas qualquer coisa.
Houve dias em que eu já não conseguia mais chorar, chorar era sinônimo de fraqueza, de problemas. E não, não tinha motivo pra haver problema algum.
Houve dias em que pareceu inevitável. Algo dentro de mim queria sair, e saía em forma de lágrimas. Mas ainda não parecia resolver nada.
Agora chorar é apenas chorar... talvez uma mistura do que tem sido durante todo esse tempo. É fuga dos meus próprios medos.

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