domingo, 20 de março de 2011

Soneto nº2

Se em teu íntimo continuastes frívolo
Para que então mostrastes tua alma?
Uma vez assim, para sempre insípido
Como dissimular com tanta calma...

Se ao menos fosse só leviandade,
Equívocos dignos de remissão
Não há resquícios de ingenuidade
Há apenas uma boa atuação

Concentro-me em meu andar valente
As farsas detrás, eu olho pra frente
Tu caminhas sozinho e a esmo

Para mortificar-te, saiba que
Teu maior erro não foi enganar-me
Foi o de ludibriar a si mesmo

sábado, 19 de março de 2011

Soneto nº1

Esvai-se como a palavra vazia
Inferida na despedida fria
Atinge certa e dolorosamente
A esperança do coração ardente

Não há eufemismo a tornar sutil
Todo esse padecimento viril
Que abate até o homem mais valente
E a esperança do coração dolente

Mágoa que desatina por si só
Oriunda de uma alma sem dó
Por que hei de machucar tanto assim?

Reles tanto quanto és inevitável
A nenhuma amargura equiparável
Por que hei de crescer aqui em mim?

sexta-feira, 18 de março de 2011

Eternidade Efêmera

Eternidade efêmera essa pela qual passei
Toda absorta, em vão rezei
Tão tola, mal sabia eu

Que o eterno esteve presente em cada segundo
Apresentando-se como meu tudo
Dessa certeza, não fujo

Discursos de que nada é eterno - mais de um milhão
Pois lhe digo, se o nada não dura
O tudo também não

Amor não é medido pela sua duração
Pois se o sentimento é pequeno, o tempo é em vão
Por contentamento, omite-se o segredo do coração

Tão nobre, esse amor, não há porque deixar morrer
Vamos eternizar aquilo que não se vê
Não realizar é impedí-lo de padecer

E relembro, e suspiro, e me convenço
De que não preciso de mais
Breve demais, quiçá
Mas ainda sei o que é amar

quinta-feira, 17 de março de 2011

ve-ne-nósa, êeêeê

Venenosa, perigosa e do rock. Do rock, do pop. Posso ser o que eu quiser, posso mudar meu destino, só depende de mim. Posso provocar alguém, posso me vestir bem, posso me vestir mal ou não me vestir. Eu escolho, não você. Contagiosa. Chorona. Bipolar. Posso dizer que sou, depois dizer que não sou, e aí? Posso seguir os padrões, posso ser diferente.
Despertando paixões turbulentas, vivendo amores, quase-amores. Não sou tudo ou nada. Sou flexível. E se eu quiser ser um paradoxo ambulante? Ninguém vai me impedir. Posso confundir sua mente, pense o que quiser, diga o que quiser de mim. Só eu sei a verdade, a verdade sobre mim:

Demorei tempo demais
Pra resgatar o meu sorriso
Tanto que ele se tornou fugaz
Tanto que nem preciso mais

Já cansei de dizer
"Tudo bem" quando não está
Cansei de tentar esconder
Quando começo a chorar


Desde sempre a solidão me abraçou
Só agora correspondi
Melhor me entregar do que fingir
Foi tudo o que me restou
A verdade sobre mim


Nos moldes do imperfeito
É que eu me encaixo melhor
É que eu levo jeito
Pra suportar essa dor atroz..

Já cansei de dizer
Que estou bem quando não estou
O que mais posso fazer
Desde que isso me dominou

-------------------------------------

Essa música será gravada pela banda REVENGE. Originalmente postada em: www.myspace.com/3beatsmusic

Posso fazer coisas sem sentido.  

domingo, 13 de março de 2011

suposições alheias

Fato é que a maioria das pessoas se acha no direito de te julgar mesmo sem ter certeza dos fatos. Intrometidos fazendo suposições a seu respeito é que não falta. "Fontes confiáveis" espalhando mentiras sobre você também tem de monte. Qual o sentido disso? Já é difícil ter que aguentar pessoas que "te conhecem" te julgando, imagina aguentar isso de pessoas que mal sabem seu nome.
Isso acontece porque muitos esquecem de cuidar da própria vida, refletir sobre os próprios erros, correr atrás dos seus objetivos e acham mais vantagem em ficar discutindo a vida alheia. Não é novidade que se você faz algo errado (ou acham que você faz), te atacam de todas as maneiras possíveis, mas e quando somos julgados no meio da nossa evolução? Quando fazemos algo bom, e sempre acham algum defeito no meio das nossas conquistas? Hoje em dia julgam até se ficamos felizes por nossos méritos. É difícil entender o ser humano. Não podemos sonhar, não podemos errar. Não podemos ser nós mesmos.
Quem segue os padrões é piegas, quem não segue é julgado da mesma forma.
Por que é tão difícil entender que não há a necessidade de julgar quem apenas tem como objetivo alcançar a felicidade? Custa parar de olhar um pouco os defeitos alheios e passar a cuidar mais do próprio nariz?
São tantas as minhas questões internas...
Falar mal de outra pessoa realmente faz alguém feliz?
O mundo está se tornando impossível de ser 100% feliz, e conviver com pessoas 100% confiáveis. Não me surpreenderia se fosse comprovado que não existem mais pessoas plenamente confiáveis ou felizes. Até porque, mesmo inconscientemente, sempre damos um jeito de sabotar a felicidade alheia: "Por que ele(a) e não eu?". Pensando assim, acredito que seja instintiva e "natural" essa necessidade que temos de crucificar as outras pessoas em função dos seus erros. Espero que seja. Porque se não for natural, então iremos todos para o inferno.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Cigarettes and Valentines

Não ter lágrimas, sorrisos, ou batidas mais fortes para traduzir em palavras, me é estranho. Estranheza que estou aceitando bem, estranheza que da qual necessito no momento. Bom mesmo é ter sonhos mais próximos da realidade, mais próximos de mim, porque eu amo viver a realidade. Adoro sentir essa liberdade no peito, onde posso mudar o rumo da minha vida no instante em que eu desejar. Adoro me sentir livre para até não sonhar.
Difícil foi descobrir que por aqui já não há mais muita coisa pra mim, que terei que botar o pé na estrada se quiser algo diferente. Porém quando abro os olhos e vejo que tenho todas as possibilidades para que isso aconteça, vejo que é isso que importa. Eu posso correr atrás do que eu quero, posso ser feliz. Eu queria que meu medo se resumisse apenas a covardia, seria bem mais fácil. Jamais quis que minhas atitudes tivessem consequências para outras pessoas também, isso é tão injusto. É bom quando faço alguém feliz, mas o sonho se torna pesadelo quando percebo que machuquei alguém. Deve ser por isso que me afasto das pessoas na mesma proporção em que meus cabelos caem em dias de estresse.
Só que dessa vez é diferente. Não quero medo nenhum, quero tomar atitudes drásticas. Já que minha precaução tem sido inútil, vou tentar alcançar meus sonhos de um medo diferente. E eu gosto disso.
RAWR
 

domingo, 6 de março de 2011

Razões

É difícil explicar razões que nem eu mesma entendo. É difícil quando seu coração te grita duas coisas opostas, ao mesmo tempo. É difícil tomar decisões, é difícil ser feliz. Mas independente de qualquer atitude minha, quero deixar claro que o amor não acabou. Não é de um dia pra outro que um sentimento que foi tão importante pra minha vida, que me fez descobrir lados de mim mesma que eu sequer imaginava que existiam, não é de uma hora pra outra que esse sentimento vai deixar de existir. Longe disso, ele está aqui, no lugar mais especial do meu coração. Às vezes somos forçados a tomar decisões que não imaginávamos que tomaríamos. Repentinas, porém certeiras.
Chega uma hora que "continuar" não significa mais "não desistir" e sim, "adiar o sofrimento". Não desisti, apenas senti que já estava na hora de "recomeçar". Talvez eu tenha mudado um pouco, talvez eu seja uma pessoa completamente diferente, mas meus sentimentos não mudaram. Apenas minhas atitudes.
Eu não sei bem como vai ser, mas estou certa do que estou fazendo, e apesar de que as circustâncias estejam me matando por dentro, eu sei que é a coisa certa a fazer. Fácil, nunca foi e nem será pra ninguém. Está tudo "em paz", finalmente. Não há mais motivos para magoarmos um ao outro, não há motivos para brigas. Não há expectativas, não há frustrações. Eu estou bem. Quem não está, ficará bem.
Assim as coisas voltam ao normal, assim seremos felizes.