domingo, 31 de outubro de 2010

sofrendo

esperança, amor, mudança.
mentiras, mentiras, mentiras. amor? não, o amor nunca existiu aqui. Eu quero meu coração de volta, quero minha felicidade de volta, quero meus amigos de volta, quero voltar a ser eu. você mentiu, mentiu, mentiu, levou tudo de bom de mim que eu tinha embora. agora o que me resta? ficar aqui, com falta de ar, chorando, querendo gritar, de tanta dor que to sentindo. quem ama não mente, quem ama não estraga a vida da outra pessoa.
e o que dirão agora? "eu avisei". por muito tempo deu certo, por muito tempo achei que era real, fui feliz. foram mais de 7 meses desperdiçados da minha vida, em que perdi a maioria das coisas que me faziam bem e ganhei mágoa, tristeza (mais ainda). devo ter chorado lágrimas o suficiente para enxer uma piscina olímpica. na minha cabeça que valeria a pena, que tudo voltaria ao normal.
é, eu preciso desabafar. e vou desabafar por aqui, porque ao contrário de muita gente eu não tenho um ombro amigo pra chorar, e dizer o quanto estou me sentindo mal. ele tirou isso de mim também.
por um tempo meu maior sonho foi casar, ter dois filhos, um amor eterno, um amor além da vida. mas era tudo mentira. e eu acreditei, eu juro que acreditei. juro que pensei ser diferente, juro que pensei qe aquilo tudo daria certo. juro que fui inocente a ponto de acreditar que não existia alguém no mundo que me faria tão mal quanto eu vejo os vilões nos filmes. pois existia, e eu queria saber o que eu fiz pra merecer isso. o amor que eu achei que existia, era tudo encenação. eu pensei ser especial, pensei ser difente. muita gente ta rindo de mim porque eu acreditei ter sido amada de verdade. estão rindo por quão tonta estou sendo agora escrevendo isso, estão rindo da minha revolta dizendo que vou virar puta. mas é porque ninguém está sentindo o que eu estou sentindo. muita gente sofre mais que isso, e eu admiro que tenham sobrevivido.
eu vou sobreviver, é claro. não vou me matar porque eu tenho uma mãe que me ama, eu tenho uma família que me ama. não decepcionaria tanta gente, não gosto de decepcionar as pessoas. não vou proporcionar a ninguém o que uma pessoa está me proporcionando agora.
se não houvessem mentiras, seria de verdade. óbvio. mas daria certo, eu seria feliz.
talvez meu coração tenha tentado me avisar, pessoas tenham tentado me avisar.
talvez ninguém esteja entendendo, talvez estão pensando "nossa que exagero", mas são só talvez.
eu quero ser feliz. sozinha. não vou entregar meu coração pra ninguém porque meu coração foi dado a um cara aê. um idiota, que não soube cuidar dele. sabe, agora eu não tenho mais um coração. todos os outros textos em que disse que se não desse certo,eu perderia as esperanças no amor, eram verdade.
antes disso eu nao acreditava no amor, passei a acreditar. depois dessa facada, não acho que eu vá conseguir acreditar em alguém de novo em relação a sentimentos.
todos os textos em que descrevia a sensação de "amar" eram verdade. nunca menti sobre o que eu sentia. nunca. eu não menti. não estou mentindo, estou chorando, apenas isso.
mas tudo vai ficar bem, um dia, tudo tem que ficar bem. é só isso.

domingo, 10 de outubro de 2010

fraca

 Sem palavras difíceis, sem palavras pensadas, apenas a verdade.


                 Sabe quando você vai pra uma batalha, daquelas de vida ou morte, super importantes... aí você se fere. Um machucado grave. Não chega a morrer, mas é algo que deixa sequelas. A partir daí se você é uma pessoa forte, se recupera desse susto e vai pra batalha com mais vontade ainda de vencer, mas se você é uma pessoa fraca...
                Você não só desiste da luta como também constrói uma armadura na sua frente e passa a andar com ela por todos os lados. Protegendo-se contra qualquer coisa que possa te acertar e te fazer sofrer de novo. Não suportaria a ideia de mais um machucado profundo, já conhecia essa sensação de cor, e queria evitá-la a qualquer custo.
                Acontece que esse seu medo é tão forte que você se agarra à sua armadura de forma com que as pessoas de fora só consigam vê-la, impedidas de enxergar o mais importante, que é o ser que carrega essa proteção, o seu “eu”, sua verdadeira essência. Nenhuma certeza de que está em território amigo se sobressai a esse seu temor. E assim você se fecha nessa barreira, fazendo com que alguns desconheçam o que você é de verdade, e outros esqueçam o que você já foi.
                Eu sou tão fraca. Eu só queria me sentir novamente protegida sem precisar me esconder atrás dessa barreira. Sei que a guerra já acabou, mas a sensação de perder ainda ecoa em mim e faz-me segurar mais forte ainda essa armadura. Eu que deixei de viver para me proteger do sofrimento ando sofrendo.

sábado, 2 de outubro de 2010

outro post sobre chorar 'o'

Post nostalgia, dedicado aos bons e velhos tempos de quando eu postava no meu blog rock na veia:
Há tempos que eu precisava comentar sobre o quanto me identifico com uma música do CD “Chiaroscuro” da Pitty (esse que muitos pseudo-fãs julgaram por explorar o experimentalismo e não se parecer com trabalhos anteriores, aquele rock visceral que muitos haviam se acostumado). É a faixa 04 – Água Contida. Aliás aposto meu dedinho que muitas pessoas dramáticas assim como eu, ao ouvirem a música terão identificação imediata. Isso devido à narração de um fato comum às pessoas que é chorar, mas que se tornou uma bela (e que bela!) música com letra e arranjos bem montados.

APERTE O PLAY E CONTINUE LENDO

A música tem a participação especial de Hique Gomez, do grupo Tangos e Tragédias, tocando violino, que é facilmente percebido logo no início da música. Nada melhor do que a própria Pitty para discorrer sobre sua própria obra-de-arte. Segue um trecho retirado de uma entrevista do site Rock em Geral:

REG: De onde saiu essa “Água Contida”?

Pitty: Da minha perplexidade comigo mesma por ser tão manteiga derretida, e de me achar muitas vezes patética por isso. A letra descreve a cena. Numa dessas vezes me olhei no espelho e essa cara estava lá: o olho vermelho e inchado, o rímel borrado, o nariz escorrendo. “Que saco”, pensei, “por que eu fico assim, me doendo com as coisas desse jeito?” Resolvi tirar sarro disso ao mesmo tempo em que assumia minha porção “drama queen”. E entendi que acontece por juntar coisas demais, conter essa água demais, e quando ela transborda é uma enchente. (...) “Você pode não entender se às vezes fico pelos cantos…” Esse “você” é na verdade essa parte de mim que me cobra, é a minha professora cruel de dedo em riste, é a ditadora, a disciplinadora. E o eu lírico nesse caso explica para ela que essa é a forma que encontrei de expurgar certas coisas e que tudo bem ser assim se me faz bem no final. O instrumental veio de uma ária de “Carmen de Bizet”, a Habanera. Adoro aquele começo e queria compor um riff que remetesse a ele. E ele me lembrou tango, que é algo dramático e que casava com o contexto da letra. Imediatamente pensei num violino e numa levada de bateria que levasse a isso. Fui encaixando as peças dessa forma, e deixei o refrão mais rock, com frases longas e gritadas, porque é a hora em que a tal água contida deságua, é a hora do desabafo.

Bom, espero que vocês tenham apreciado a música, deixem sua opinião e não deixem de ouvir o CD todo!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Foi quando o dia virou noite

                Era pra ser apenas um dia normal, como todos os outros têm sido.
                Saí de casa na correria e com a música alta nos fones de ouvido nem tive chance de ouvir os trovões. Quando percebi já tinha saído a caminho da escola, e pensei ser desnecessário voltar atrás.
                - De que me importa tomar um pouco de chuva?
                Apertei o passo e segui em frente, apenas imaginando para onde correria caso a tempestade caísse antes que eu chegasse seca e a salvo na escola. Eu não sabia exatamente porque, mas um medo começou a tomar conta de mim. Um mistério pairava no ar ao mesmo tempo em que as nuvens túrgidas e sombrias tomavam conta do pouco azul claro que restava ao céu. Lembrei-me de ter previsto esse enorme temporal se formando, mas já era tarde demais.
                Inexplicavelmente não havia carros nas ruas, e meu temor se tornava cada vez maior à medida que eu avançava em passos largos, procurando por alguma alma viva que pudesse me explicar o que estava acontecendo. Afinal, não via há muito tempo chuvas em que o tempo fechasse tão velozmente assim. Algum fenômeno metereológico, o que era aquilo? Senti um ímpeto de correr, mas me mantive firme e sob o máximo controle que ainda me restava. Aquela visão era como nos filmes que retratavam o apocalipse.
                Mais alguns trovões e relâmpagos. Foi quando comecei a sentir as primeiras gotas de muitas que ainda estavam por vir. A essa altura eu já não me importava mais em me molhar, só desejava entender o que acontecia. As luzes da cidade estavam todas acesas devido à imensa escuridão que assombrava a atmosfera, que mais parecia cenário de fim de mundo que de uma manhã de sexta-feira.
                Meu coração batia acelerado... eu andava demasiadamente rápido. Mais um quarteirão e eu vi tudo aquilo acabar. Finalmente! Dei graças a Deus que cheguei na escola a tempo de não enfrentar uma chuva mais forte. Todos chegavam de carro e eu ali com cara de quem parecia que tinha acabado de ver um ET ou algo do tipo. E não era pra menos todo meu pavor... poxa, eu ia estragar minha chapinha D: