domingo, 28 de novembro de 2010

A história do menino do canto

          E era todo o dia a mesma coisa. O menino chegava quase que imperceptível aos olhares de seus colegas e sentava-se na última carteira da fileira da janela. Justo aquela carteira que era a mais afastada dos alunos da sala. E ele ficava ali, parecendo nem prestar atenção às conversas de seus colegas e muito menos às explicações dos professores. Estava absorto demais em seus pensamentos para dar importância a algo mais ao seu redor.
                O garotinho às vezes era zombado mas parecia nem ter consciência disso. Vivia em seu universo particular, presente de corpo mas distante de alma. Quiçá algumas vezes voltasse à realidade e vivenciasse um pouco da bagunça daquela sala de aula, da convivência com outras pessoas, mas quase que ao mesmo tempo em que era notada sua real presença, ele voltava novamente ao seu mundo onde tudo que está a sua volta não importa.               
                Por muitas vezes tentaram adivinhar o que se passava na vida desse menino, que vivia tão distante de todos e de tudo, mas todos esses esforços foram em vão. O tempo passou e perceberam o quão inútil era essa tentativa de desvendar aquele garoto, então sua existência foi se tornando praticamente nula entre seus colegas. Nisso restavam apenas algumas brincadeiras que alguns ainda insistiam em fazer esporadicamente, com a esperança de que aquilo trouxesse o garoto à vida. Ele se tornou tão insignificante quanto o desejava.
                Fim.

*é que senti uma enorme necessidade de escrever e não tava afim de discorrer sobre amor nem sobre a minha opinião. aí saiu essa coisa sem pé nem cabeça UHAUAHU 

1 comentários:

Mariana Somensi disse...

UASYGDUASYGDUA
gostei dessa "coisa sem pé nem cabeça" viu!