sexta-feira, 30 de julho de 2010

A VERDADE

E se você acordasse um dia...
... e te dissessem que tudo não passou de uma aposta entre amigos? Que todo aquele amor, todas aquelas lágrimas, todas as declarações, eram puro teatro? Que as supostas “provas de amor” eram apenas pra se chegar mais fácil ao objetivo da aposta? Que ele só queria te levar pra cama... Um ator tão perfeito, que jamais geraria desconfianças que realmente importassem.
E que depois que você declarava seu amor, ele se juntava aos amigos pra rirem de tudo que você falava. Todos sabiam dos seus segredos, zombavam de você pelas suas costas sem você nem desconfiar. E você achava que estava vivendo uma grande história de amor real, quando tudo não passava de uma brincadeira de mau gosto semelhante às que você via em filmes.
Ah, aquilo que era tão lindo acabou se transformando em um pesadelo. Tantas vezes você pensou que poderia mesmo ser uma grande mentira, mas aquilo logo se dissipava diante das declarações e atitudes apaixonadas dele. Se você soubesse teria dado mais atenção àquele pensamento que te perturbava sempre, mas que logo se perdia por tão pequeno e surreal que era.
Teria valido a pena 8 meses de felicidade em comparação ao resto da sua vida sendo zombada por ter caído em uma armação tão desleal? E cada lembrança era tão exata, da hora em que se entregou até a em que ficou sabendo de toda a verdade, e na frente de todas. Gargalhadas, olhares de pena, confusão, podia identificar cada tipo de olhar em cada rosto à sua volta. Aquele olhar apaixonado que por tanto tempo havia presenciado tinha se perdido no meio das mentiras, no meio da multidão. Por mais força que fizesse agora só conseguia enxergar “missão cumprida” nos olhos daquele que por muito tempo chamou de amor e achou ser verdadeiramente correspondida.
Na sua mente ainda parecia só um pesadelo que podia acordar a qualquer momento, e rezava pra que isso acontecesse. No seu subconsciente algo dizia “eu já sabia”. Sua boca nada dizia. Nada que uma pessoa sã pudesse entender, mas não precisariam de tamanho conhecimento. Afinal, ela passaria o resto de sua vida trancada em um quarto branco, com a eterna lembrança da última cena de sua “vida normal”, o deboche.

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