quarta-feira, 8 de agosto de 2012

avesso

Tantas faltas, excessos e incertezas... você nem sabe
Meus exageros tão ingênuos, tanta coisa que não me cabe
E se eu emudeço as lágrimas, suplico e não transpareço
é porque não estou disposta a pagar esse preço
Se enfraqueço, embraveço
Eu engrandeço enquanto apodreço no avesso

Esses olhos um dia hão de molhar
Um dia hão de voltar a enxergar
Um dia hão de colocar-se em seu devido lugar
Esse dia que um dia há de chegar!
Por ora, olhos ofuscados e escondedores
Exímios fingidores das dores
que um dia hão de cessar

Na angústia da alma, meu pranto segue velado
o tumulto dos meus quereres, adestrado
Desordem silenciosa em meio a um coração apaixonado
mal-cuidado, delicado, cansado e culpado
Tanta sentença que não me cabe
e você finge que não sabe.

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